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Tal como na elaboração da Cantiga Para Quem Sonha, a Quarentuna optou por juntar dois génios musicais totalmente distintos. Desta feita, o tema de Bach escolhido foi o conhecido como Ária na corda Sol, em virtude da adaptação para violino e piano, feita por August Wilhelmj, do segundo movimento da Suíte nº 3 para orquestra, escrita algures entre 1717 e 1723. Na transposição do tom de Ré Maior para Dó Maior, Wilhelmj permitiu que a peça fosse inteiramente tocada na corda 4ª corda do violino, normalmente afinada em Sol. A esse tema juntou-se o Menino d'oiro com letra e música de José Afonso.

Com origem anterior ao Sec. XVIII, esta música era frequentemente cantada com quadras livres pelos estudantes de Coimbra. Lucas Junot gravou-a em 1927. A quadra Ó Portugal que mais queres foi adaptada em Coimbra a partir da Canção do Ribatejo, anterior a 1917. Esta variante académica do Vira de Coimbra seria posteriormente regravada por José Afonso, Fernando Machado Soares, José Mesquita e José Miguel Baptista.

Nesta nova versão, o separador instrumental é parte da Balada de Coimbra de José Neves Elyseu.

Dentro da perspectiva particular que pretende imprimir à Canção de Coimbra, a Quarentuna fundiu num único tema um conhecido Coral da Cantata 147 de J. S. Bach Coral, de 1716, com um dos mais belos temas interpretados por Luiz Goes. A música é de João Figueiredo Gomes e a letra de Leonel Neves. A estreia deste tema, conforme descrito, ocorreu em 2011, no I Quadragésimo, e foi cantado pelo próprio Luís Goes e por Carlos Carranca.
​​​Instrumental de Artur Paredes datado de 1922, é uma das mais belas peças escrita para a guitarra portuguesa na sua versão de Coimbra, sendo definidora de uma nova estética que cortou com o romantismo vigente até então. Artur Paredes não só altera a estética das peças para guitarra, como determina, em parceria com Joaquim Grácio, uma nova construção da guitarra, na sua versão Coimbra, com escala abulada de 22 pontos, ilharga alta e afinação um tom abaixo do natural.

Este tema contém três canções de Adriano Correia de Oliveira, sobejamente conhecidas e que agitaram politicamente o país, sobretudo os meios académicos na década de 60 do século passado. Todas têm música de Adriano Correia de Oliveira e letra de Manuel Alegre:
Capa Negra, Rosa Negra /
 Trova do Vento Que Passa / Amor Lusíada.

Música de José Elyseu (Coimbra, 1872-1924), datada de 1903. José Elyseu foi professor na Escola Agrária de Coimbra, fundador e ensaiador do Rancho do Pátio da Inquisição, compositor, serenateiro e executante de rabeca. A letra desta música é de Henrique Martins de Carvalho (quadras) e Fortunato Mário Monteiro (estribilho). Inicialmente concebida para ser tocada nas tradicionais Fogueiras de São João, é uma serenata popular, também conhecida como Valsa em Fá ou Canção de Bencanta.

Rapsódia de Adriano​

Variações em Ré Menor

​Peça composta entre 1855-1858 por José António dos Santos Neves Dória, sendo a letra de Camilo Castelo Branco, com excepção feita ao estribilho, de autor não identificado. Tema muito cantado pelos ranchos folclóricos conimbricenses que animavam as Fogueiras de São João e as serenatas populares fluviais.

De seu nome verdadeiro Balada do MondegoNa serenata fluvial ocorrida no sábado dia 12 de Julho de 1902, organizada pelos músicos dos Bombeiros Voluntários e Ranchos do Pátio da Inquisição e Alto de Santa Clara, o Rancho do Pátio da Inquisição ensaiou expressamente e estreou nesta serenata a Balada do Mondego, com música de José das Neves Elyseu e letra de Henrique Martins de Carvalho. É o tema que, tocado na versão instrumental, encerra as Serenatas da Academia de Coimbra.

Balada de Coimbra

Com letra da poetisa conimbricense Amélia Janny (1842-1914) e música de Dias Costa (António Maria Dias da Costa), este tema foi cantado pela primeira vez pelo Rancho Alegre Mocidade, em 1906, no pavilhão da Rua do Infante D. Augusto (popularmente designada por Rua Larga), na Velha Alta desaparecida. Canção muito popular à época, era cantada nas Fogueiras do São João e nas serenatas populares.

Tema com letra e música de Carlos Figueiredo, Ondas do mar foi imortalizado na voz do Dr. Fernando Rolim. Interpretou-o em conjunto com a Quarentuna de Coimbra no dia 13 de Setembro durante a 4ª edição do Quadragésimo.

Sérgito

Coimbra

Tenho barcos, tenho remos

Canção da Primavera e Elogio 1735

José Afonso, que assina a letra e a música, inspirou-se no Cantar as Janeiras beirão, retrata os cânticos feitos pelos mendigos à porta dos abastados, resultando na oportunidade de encher os alforges de pão e castanhas. 

Composto no final da década de 60, o tema teve também como inspiração Los quatro generales, música de apoio à resistência de Madrid a Franco e seus apaniguados.

Acompanhado à viola por Rui Pato, neste e em muitos temas para os quais compôs os arranjos, foi este virtuoso violista que acompanhámos neste tema no VI Quadragésimo.

Tema instrumental para guitarra da autoria do figueirense João Bagão, estudante de Coimbra nos anos 40, é uma peça que, pela sua riqueza melódica e rítmica, justifica ser mostrada na sua plenitude, com arranjos para vários instrumentos.

António Vicente é o autor da maior parte das músicas e letras dos temas da Estudantina Universitária de Coimbra que, pelos anos 80 tiveram grande êxito, sobretudo na Academia de Coimbra. A Quarentuna reuniu alguns desses temas e compôs uma rapsódia que o autor nos ajudou a interpretar no Quadragésimo em que o homenageámos, em 2018.

Canção composta pelo Maestro Vírgilio Caseiro, é um tema dedicado à cidade que escolheu para viver.

Interpretada pela primeira vez no X Quadragésimo (2022), no evento em que a Quarentuna homenageou o autor, apenas uma parte da letra foi adotada, uma vez que o original tem mais duas quadras.

Tema original, letra e música, do Maestro Augusto Mesquita, é mais um tema dedicado a Coimbra que o nosso homenageado no Quadragésimo de 2024 fez questão que interpretássemos.

José Afonso musicou esta letra popular, provavelmente com origem no Alentejo, editada no álbum Baladas de Coimbra em 1962.

O Elogio 1735 é um tema instrumental composto por Manuel João Vaz — quarentuno já falecido —, e Bruno Ladeiro, com arranjos de Sara Costeira. A Canção da Primavera é uma guitarrada composta por Francisco Filipe Martins, inspirado guitarrista de Coimbra. A junção dos dois temas resulta num tema que casa duas melodias com diferentes andamentos.

Este tema, uma rapsódia que junta três pequenas peças (Camorra, Burundi e Tailândia), é de autoria do Sérgio Baptista, nosso companheiro falecido em 2019 e que foi por nós homenageado no Quadragésimo desse ano. Sabedores da existência deste espólio do Sérgio, logo o adoptámos também como forma de o recordarmos.

Coimbra é a canção portuguesa mais vezes tocada, cantada e interpretada pelo mundo fora, tendo registadas 865 versões pelos mais conceituados intérpretes mundiais. Com letra de José Galhardo e música de Raul Ferrão, foi cantada no filme Capas Negras por Alberto Ribeiro e tornada popular por Amália Rodrigues.

Guitarras do meu país

Tema apresentado no XIV Quadragésimo, aquando a homenagem a Manuel Alegre, tem letra deste poeta e música de António Portugal, e os arranjos são da Sara Costeira. A introdução e os separadores entre as estrofes são de Piotr Tchaikovsky, compositor russo do século XIX, que utilizámos em mais uma das experiências em que misturamos música clássica e música mais contemporânea.

Balada de Outono para o Zeca Afonso

A pedido de Manuel Alegre, homenageado do XIV Quadragésimo, escolhemos um seu poema que ainda não tinha sido musicado para apresentar nesse evento. José Reis fez a música e Sara Costeira tratou dos arranjos, naquele que é o primeiro original da Quarentuna de Coimbra.

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